“As crianças gostam mesmo é de beijos, abraços e surpresas!”


Quem cresce em violência e não afeto, tem o caminho aberto para ser o adolescente rebelde, e este pode dar lugar ao jovem agressor da sua própria família e a delinquência estará à distância de um passo, caso não se tomem as rédeas do processo.

Podem-se qualificar de violência todos os atos que impeçam o direito da criança a crescer num ambiente que lhe permita uma evolução saudável do ponto de vista físico, moral, afetivo e relacional.
E, quando repetidos, integram mesmo o conceito de maus-tratos. O “simples” facto de não se dar carinho aos filhos ou de os fazer viver num ambiente familiar de tensões conjugais permanentes, que não são apenas as ruidosas discussões, mas também os duros silêncios que eles tão bem aprendem, é violentar uma criança.
Mais...os filhos precisam dos dois pais que os amem, que lhes transmitam segurança, que tenham tempo e disponibilidade emocional para eles e, se o não conseguem juntos, que o façam em separado, mas que o façam em condições pensadas, refletidas e que tomem decisões equilibradas.

A violência não é para ser suportada com resignação. Denunciar os maus-tratos é um dever de cidadania, não uma intromissão na vida alheia

DENUNCIAR É PRECISO
A que situações devemos estar atentos?
Qualquer cidadão deve atuar assim que detete que uma criança pode estar abandonada ou entregue a si própria, sofrer de maus-tratos físicos, psíquicos ou do âmbito sexual; não receber o cuidado e a afeição necessários; trabalhar ou exercer atividades excessivas ou inadequadas à sua idade e possam afetar a sua formação e desenvolvimento; ou ainda quando esteja a ter comportamentos que afetam a sua segurança, equilíbrio emocional, a saúde e o seu desenvolvimento.

Como atuar?
Qualquer pessoa, perante uma das situações descritas, deve dirigir-se à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da área de residência, ao representante do Ministério Público local, à Polícia de Segurança Pública, à Guarda Nacional Republicana, ou à representação local da Associação de Apoio à Vítima. A denúncia pode ser feita presencialmente, por telefone, por carta ou por e-mail. Os comissários ou outros agentes estão obrigados a respeitar o sigilo de quem denuncia uma situação de abuso ou negligência sempre que seja solicitada.

Soluções Possíveis?
Os técnicos da Comissão Local de Proteção de Crianças e Jovens dirigem-se, por norma, aos locais frequentados pelas crianças ou jovens, como sejam a escola ou jardim-de-infância, para averiguar da veracidade da denúncia, para de seguida serem tomadas todas as previdências, como tentar alterar o comportamento dos pais ou tutores para com a criança ou do jovem.

Outros contactos úteis:
Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco – cnpcjr@seg-social.pt tel. 213114900
APAV – Associação de Apoio à Vítima – www.apav.pt Tel. 707 200077
Instituto de Apoio à Criança – www.iacrianca.pt
GNR – www.gnr.pt
PSP – www.psp.pt


Ilustração by Mafalda Gomes
(todos os direitos reservados) 
in Hagenda Heartless
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A Agenda Heartless tem uma edição limitada de 500 exemplares e venceu recentemente o concurso da Behance.pt (ver entrevista)
Esta semana mereceu destaque no suplemento do Jornal Público - P3
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2 comentários:

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