Fotografia: Filipe Fernandes & Sofia
"Quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo de seu pai, agarrou-o para sempre.
--Ditado Índio
Mãe e Pai apresentam estilos de interação qualitativamente diferentes e desempenham papéis distintos; contudo, e ainda que os seus papéis possam ser diferentes e insubstituíveis, não deixam de se complementar e de ser igualmente importantes para o desenvolvimento dos filhos.
Enquanto a mãe parece envolver-se mais em atividades relacionadas com os cuidados e as rotinas diárias, o pai tende a envolver-se em atividades de caráter mais físico, lúdico, estimulante e ativo com os filhos. Como consequência, as crianças passam a esperar mais brincadeira e estimulação da parte do pai e, inclusivamente, parecem preferir brincar com ele. Porém, ainda que a mãe esteja mais associada aos cuidados diretos dos filhos e o pai às atividades de brincadeira, não se pode assumir que os pais-homens são menos capazes do que as mães de se encarregarem dos cuidados dos filhos.
O Pai parece ter igualmente um papel determinante no desenvolvimento de competências linguísticas e interpessoais da criança. Isto acontece visto que nos momentos de brincadeira e de interação entre pai e criança ocorrem trocas verbais em que o pai envia mensagens, modelando a expressão verbal e transmitindo estratégias de relação interpessoal. Para além disto, as trocas verbais que se estabelecem na interação com o pai permitem ainda à crinça o desenvolvimento da sua capacidade de processar e reter informação, e de regular os seus processos cognitivos.
Por outro lado, a presença do pai, a sua atenção e o seu calor afetivo na interação com os filhos contribuem significativamente para o saudável desenvolvimento psicossocial dos filhos. A investigação neste domínio tem demonstrado que as atividades de brincadeira com o pai, associadas às interações verbais, estão relacionadas com uma maior capacidade da criança em sociabilizar com os outros e uma maior motivação para partilhar em termos sociais.
Desta forma podemos concluir que as interações positivas com o pai promovem a aquisição e o desenvolvimento de competências intelectuais, linguísticas e sociais, facilitando assim o sucesso na aprendizagem escolar e o desenvolvimento de relações positivas com os pares.
Em suma, as diferenças nos estilos educacionais e comunicacionais entre pai e mãe parecem estimular aspetos diferentes, mas complementares, nos filhos; e assim, hoje não podemos considerar um progenitor melhor do que o outro. Ambos, pai e mãe, apresentam funções e papéis distintos que se devem apoiar mutuamente para permitir o desenvolvimento de diferentes tipos de competências na criança ao longo do seu desenvolvimento.
Feliz Dia do Pai!
Adaptação de texto de Dr.ª Cláudia Madeira Pereira
Psicóloga Clínica e Investigadora na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
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