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Insónia - Das páginas do meu diário [2]


Razão:
O que está a acontecer? Há quanto tempo nos conhecemos?
Como é que os meus olhos que vagos giravam, agora, e depois de tanto tempo, nos dele se fixaram?
Como é que só agora, e depois de tanto tempo, eu o vi?
Diz coração! Como é que tu, sem me pedires autorização, em ti - e pelo que me parece há muito - , o tens alojado? Não, por favor, não me digas que tu "tens razões que eu desconheço"!

Coração:
Não és tu que veneras o improvável?!
Fala-me dele.

Razão:
Admiro-o, sempre o admirei. Tem um trato gentil e correto. Adoro aquele modo amável com que fala comigo (diria sedutor), faz-me sentir especial! Como é fácil roubar-me um sorriso! Um louco! Inteligente. Admiro a sua nobreza de valores.Tem muita graça com o seu ritmo tão peculiar e o seu jeito desajeitado! Gosto dos seus rasgos de humor inteligente e da sua postura descontraída. Valorizo a sua ética. A sua sensibilidade delicia-me. Sim, tem muito charme … Chega! O que pretendes?

Coração:
Afinal, há muito que os teus "olhos o conheciam".
E tudo isso não chega para fazer dele o príncipe com que sempre sonhaste?

Razão:
Não. Faz dele o teu dono, não é verdade?...

Coração:
O improvável mais provável...

Razão:
Será que tudo tem um tempo certo para acontecer?

Coração:
E se acontecer fora desse tempo ficará diferente?!

Razão:
(a refletir...)
E agora, o que faço?

Coração:
Amá-lo mais?!
Mas eu amo-o há mais tempo…(risos) 

Razão:
Cala-te! Estou exausta. Quero dormir.

Coração:
"I just compleletely love him!
And theres´s no rhyme or reason"
Razão:
Cala-te! Por favor... Estou exausta. Quero dormir...

Das páginas do meu diário [1]



(...) Choro com frequência, não controlo, não consigo controlar...Mas a verdade é que também não quero controlar...
(...) As manifestações de carinho e amizade ajudam-me… os amigos têm-se revelado verdadeiros amigos o que apazigua este vazio que sinto… e poder desabafar contigo ajuda-me.
(...) Sei que sou uma privilegiada enquanto filha porque lhe disse várias vezes o quanto a amava, porque a acompanhei até ao último minuto, por me ter dito várias vezes que se orgulhava de mim, por não ter ficado nenhum “se” entre nós… Contudo, a ferida é tão recente e a dor é tão forte que existem momentos em que penso que não serei capaz de superar, estou perdida, desorientada… A nossa cumplicidade era tanta que parecíamos duas pessoas numa só…era o meu porto seguro e eu o seu. Perdê-la foi sempre o meu maior medo...agora, já nada temo… Este é o meu estado de alma: triste, profundamente triste. Estou a tentar fazer o luto: assistir a tudo, mexer na roupa, ver fotografias, ler as cartas -  que sempre terminavam:“(...) Beijinho da mãe que te adora e que sempre estará contigo” -, … mas estes sentimentos de perda, dor, revolta…estão a consumir-me…já não me reconheço (...)