ser MAIS ser MELHOR

Por que é que as pessoa recorrem à psicoterapia?
Se, na atualidade - e com a indispensável colaboração de Woddy Allen, dos Sopranos, ... -, a prática psicoterapêutica se foi integrando no nosso quotidianos urbanos, e fazendo parte de um entendimento cada vez mais extenso, de que não somos, nem podemos ser, simultaneamente, observadores e observados de nós mesmos, o facto, é que a tradição pesa e há sempre aquele momento em que alguém pergunta: mas, para quê fazer psicoterapia?

Implícito neste questionamento ainda está a ideia de que tratamentos psicológicos só podem estar relacionados com doenças mentais, com situações de enorme desvio emocional ou comportamental, com alterações de grande anormalidade ou óbvia diferença.
Não se percebe por que havia de ser assim. Seria estranho que só os doentes em fase terminal fossem ao médico, ou que só os delinquentes procurassem os advogados.

Sempre que não nos sentimos bem, sempre que a realidade pesa insuportavelmente, sempre que os dias se arrastam cansativos, sempre que os amanhãs se carregam de cores escuras ou o que foi, há muito tempo, esmaga o momento presente e a capacidade de fruir, percebemos (ou então não percebemos, mas alguém por perto nos diz)  que não estamos a saber lidar com a realidade.
As razões por que muitos de nós, em algum momento do seu trajeto , mergulham de cabeça, na desesperança e no sofrimento, são tão plurais como nós mesmos.

Muitos de nós não foram, simplesmente, treinados para lidar com a rejeição, com a agressividade, com a frustração, com o desamor, com o abandono, com o não reconhecimento, com o efémero. Outros, que até vão conseguindo gerir os seus dias pouco acidentados, deparam-se, subitamente, com perdas que convulsionam o seu mundo e os lançam em estados de desespero, de que não sabem sair.
Ninguém está preparado para tudo e, sendo assim, os nossos insucessos, as nossas doenças, os nossos múltiplos acidentes de percurso, muito provavelmente, um dia abatem-se sobre nós, com uma intensidade paralisante, ou quase.

Os que de nós conseguem entender que não têm sempre que saber tudo, resolver tudo, decidir tudo, aguentar tudo, são capazes de procurar uma psicoterapia. Umas vezes para tentar resolver um assunto específico, outras, para perceber um funcionamento repetitivo e desagradavelmente consequente.Seja pelo que for, o brinde que vem junto de um trabalho que nos obriga a pensar, a questionar as nossas razões e dificuldades é: SER MAIS, SER MELHOR.

Obrigada pela inspiração, Cibele O. P. Simões !

3 comentários:

  1. Oi Liliana, adorei sua reflexão!!!
    Que venham mais bolinhas transatlânticas =:0)
    Bjos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É muito bom receber o teu feedback positivo, porque as tuas análises/reflexões são excelentes!Obrigada :)
      Sim, venham mais bolinhas...
      Um enorme beijinho transatlântico.

      Para quem não está recordado da metáfora das bolinhas, consulte http://butterfliesehurricanes.blogspot.pt/2011/12/simpatica-tecnica-de-engate.html

      Eliminar
  2. ‎Oi Liliana, vc escreve super bem com ideias claras que nos levam a boas reflexões e constatações! Continue assim inspirada e inspirando seus seguidores/admiradores!! =0) Bjos

    ResponderEliminar

Obrigada pela visita e por partilhar a sua opinião! Beijinho.