Para que fique tudo claro desde
início, genericamente sou contra os trabalhos para casa. Quer dos vulgares TPC
que muitas crianças e adolescentes têm de realizar diariamente, quer os
trabalhos que muitos adultos levam sistematicamente para casa do seu emprego.
Centrando-me nos primeiros, a
minha opinião alicerça-se em três importantes variáveis temporais: o tempo
dedicado pela criança ou adolescente às tarefas escolares, o tempo dedicado
pela criança ou adolescente a outras tarefas, o tempo de convívio no seio da
família.
A resposta a perguntas como “TPC
sim ou não?”; “Devem ser passados diariamente TPC às crianças e adolescentes?”,
ou ainda “Quanto tempo diário as crianças e adolescentes devem dedicar aos TPC?”
deve estar dependente da resposta a outras preguntas prévias como: “Quais os
objetivos que se querem alcançar com os TPC?”, “Quantas horas diárias passa a
criança ou o adolescente na escola ou a realizar tarefas escolares?” ou “Quais
as atividades extracurriculares em que a criança ou adolescente está envolvido?”
Os TPC como ferramentas para
alavancar as aprendizagens (como os economistas agora gostam de dizer) são algo
pobres, como se obrigar as crianças e adolescentes a realizar mais tarefas escolares
fosse a melhor solução para combater o insucesso. O facto das crianças e
adolescentes passarem mais tempo em torno das tarefas escolares significa
apenas e só que elas passam mais tempo em torno de tarefas e não que elas vão
conseguir aprender com os TPC aquilo que não conseguiram aprender na sala de
aula. Os TPC parecem-me razoáveis nas situações em que as crianças e
adolescentes têm apenas metade do seu tempo ocupado na escola (sou de manhã ou
só à tarde), em que a repetição dos exercícios escolares fora da sala de aula
pode potenciar a aprendizagem. Nas outras situações os TPC soam muito a, por um
lado, a chutar para fora da escola aquilo que deveria ser uma das mais
importantes tarefas a realizar em âmbito escolar: o desenvolvimento e a consolidação
das aprendizagens. Tanto mais quando se sabe que não é a ocupar as crianças com
TPC que se faz com que elas passam a ter melhor desempenho escolar.
Se pensarmos que é na brincadeira
que se desenvolvem muitas e importantes competências cognitivas e relacionais (e
a brincar pode-se aprender muita coisa, como a importância das normas e regras
sociais), será razoável pedir TPC diários a crianças de 6 ou 7 anos que passam
8 a 10 horas por dia em contexto escolar? Nessas circunstâncias, os TPC
assemelham-se muito ao levar trabalho para casa por parte dos adultos: e tanto
direito têm elas ao descanso e á brincadeira, como nós temos direito à vida
própria.
É certo que a escola é uma coisa
séria. Só que a brincadeira também o é. Encontrar um equilíbrio bem ajustado
não é fácil. Mas também não é uma missão impossível, principalmente nesta época
em que se encontraram formas de conseguir conciliar a brincadeira e o lúdico
com a aprendizagem. Veja-se a “Rua Sésamo”, que em todo o mundo foi/é uma
verdadeira escola encarregue das primeiras aprendizagens da leitura e da
aritmética.
Curiosidade: os meninos e meninas finlandeses (que frequentam o
sistema de ensino educativo que atualmente serve de exemplo para o resto do
mundo pelos bons resultados) vêm a “Rua Sésamo” e outros programas do género
(paradoxalmente – ou talvez não – as crianças na Finlândia só entram para a
escola aos 7 anos e, quando entram, já sabem ler).
Para mim, e em relação aos TPC, a
situação ideal era eles não existirem. Esta é a minha humilde opinião.
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Não resisti...Vamos Ginasticar?!
“Vem ginasticar, ginasticar…
É bom ginasticar, vamos lá praticar
Dá mais força ao coração. Sim, sim…
Pois então, tens razão…”
Quanto aos TPC, não podia estar mais de acordo...os meus pequenotes passam o dia na escola, quando voltam ao final do dia devem é usufruir da família e brincar...seria suposto que num dia inteiro teriam já feito trabalho suficiente certo??? Pois este ano da P., 4º ano tem sido um verdadeiro massacre...as provas começam já amanhã.... a ver se depois isto acalma!!!
ResponderEliminarBjs
Maria
Em sintonia!
EliminarBeijinho e boa semana...
Não me posso queixar, a professora da minha filha manda coisas mínimas e só ao fim de semana!
ResponderEliminarNos fins de semana ou nos períodos de férias parece-me razoável...
EliminarObrigado por me estares a seguir.
ResponderEliminarInteressante o teu ponto de vista.
Gostei e te ler
Beijocas
Obrigada pelo feedback! Volta sempre...
EliminarBeijinho.