Todos somos, ao mesmo tempo,
felizes herdeiros e desafortunados prisioneiros da nossa própria tradição
familiar, que nos preexiste, e da história da transmissão de valores e padrões
que começaram, pelo menos, uma geração antes de nós.
E é nessa receção e transmissão
de valores que cada geração começa a trabalhar o seu mundo emocional.
- Conhecer os valores e crenças, os ritos e mitos da nossa família significa conhecer, verdadeiramente, a nossa família. A partir daí podemos confiar melhor nos elementos que a constituem, pois sabemos o que cada um é capaz de fazer, criando assim uma autoconfiança familiar. E essa é possivelmente a primeira emoção a ter e manter: a autoconfiança familiar.
As emoções tendem a manifestar-se
nos gestos e nas expressões utilizadas, que se propagam por todo o lado. Os filhos
captam o grau de confiança de um pai pelo outro e dos pais em relação a eles,
tornando-se, com isso, mais capazes. O SORRISO
e o ELOGIO são das mais potentes
armas para o desenvolvimento das crianças.
- A vivência livre das emoções é fundamental, sejamos crianças ou adultos.
Pois bem, o ser humano é
provavelmente o único ser vivo que pensa e sente. Que tem tanto uma como outra
capacidade. E é isso que nos torna especiais: a liberdade de poder gerir as
emoções, a liberdade de aprender as emoções que os nossos pais transmitem e a
liberdade de transmitir a a vida emocional mais dignificante aos nossos filhos.
Ainda, em quaisquer dessas confrontações deve-se estar ciente que a raiva, a
frustração, o medo, a falta de (ou a má) comunicação, são condutas que podem
não só originar o conflito, mas também mantê-lo vivo e dar-lhe mais força.
- Cada um de nós, humanos, deve aprender capacidades de gestão ou resolução dos nossos conflitos. Para isso são precisas três coisas: intenção, esforço e ação. A intenção de querer mudar; o esforço no caminho certo; e agir, pois saber as coisas e não aplica-las não é suficiente!
- Numa família inteligente, há espaço para que todos participem na resolução das coisas. Como diria o psiquiatra Danesh, "as numerosas facetas da realidade requerem que sejamos tolerantes (i.e. entender o ponto de vista dos demais) e que evitemos o fanatismo, aquela teimosa insistência da verdade pessoal como se fosse absoluta...O mais importante objetivo da consulta é o acto de justiça, para que os direitos de todas as pessoas afetadas pela decisão estejam salvaguardadas. Mas, naturalmente, nem todos podemos ter o mesmo peso nas decisões. Em decisões que impliquem os filhos eles devem saber que nalgumas podem interferir e noutras não.
- E é esse o grande desafio das famílias inteligentes: saber o que fazer, como fazer e até onde fazer.
- Qualquer ação implica a mudança de uma condição anterior e portanto requer um esforço.Todas as pessoas possuem as capacidades necessárias para que o seu esforço seja eficaz, resta saber se as utilizam: perseverança, firmeza, coragem e imaginação e criatividade para inovar e mudar de estratégias quando as estratégias anteriores não demonstram quaisquer efeitos.
Para concluir, a família
inteligente é como um barco que, apesar dos ventos conduzirem as velas num
sentido, ela própria é capaz de definir o caminho através do vapor emitido pelo
engenho interno do barco. E aqui é imprescindível a parceria e a ajuda mútua de
todos…
Psicóloga| Liliana Fernandes
Butterflies & Hurricanes
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