A FAMÍLIA NA ADOLESCÊNCIA
"Relações com uma vinculação segura entre pais e filhos não representam um obstáculo para as tarefas de desenvolvimento da adolescência (autonomia e independência), pelo contrário, este processo é facilitado com a proximidade emocional e a segurança transmitidas pela família".-- Butterflies & Hurricanes
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A adolescência é, talvez, a fase com maior desenvolvimento humano, onde os esforços para confrontar e superar os desafios visam estabelecer de entre outros aspetos a identidade individual e social e desenvolver sentimentos de autonomia.
Os contextos sociais e
interpessoais, em que o adolescente se encontra inserido, podem, por um lado,
promover um desenvolvimento normal e adaptativo e, por outro, desencadear problemas de ajustamento com consequências negativas que, dalgum modo, podem
comprometer a saúde do sujeito em questão.
Papel da família
A família é o ambiente social
básico do adolescente. Apresenta-se como uma forte fonte de adaptação ou, pelo
contrário, de desadaptação, dependendo da qualidade das relações entre os seus
membros.
As relações positivas na família,
assim como o suporte emocional e social dos pais, um estilo de disciplina parental construtivo e consistente, e a qualidade
dos laços familiares e das normas transmitidas, a modelação e a monitorização
parental, tendem a estar relacionados com maiores índices de bem-estar e de
ajustamento na adolescência. Nesse caso, a consequência será um menor envolvimento em comportamentos de
risco, tais como: consumo de substâncias ilícitas, comportamentos sexuais
de risco, conduta violenta e a procura de grupos de pares desviantes.
A aquisição de autonomia
revela-se como uma das tarefas de desenvolvimento mais importantes da
adolescência. No entanto, considera-se que o processo de crescimento
psicológico em direção a esta não implica a desvinculação da família.
Relações com uma vinculação
segura entre pais e filhos não representam um obstáculo para as tarefas de desenvolvimento
da adolescência (autonomia e independência), pelo contrário, este processo é
facilitado com a proximidade emocional e a segurança transmitidas pela família.
Seguem-se alguns dos fatores
importantes no comportamento adolescente, nomeadamente na prevenção de
comportamentos de risco: comunicação pais-filhos (apesar de sofrer alterações na adolescência, assume um papel
decisivo nomeadamente no ajustamento e no desenvolvimento de competências psicossociais); estilos educativos e as atitudes dos pais (são fatores importantes na gestão de conflitos e na
negociação); atividades conjuntas (devem ser escolhidas no sentido de serem agradáveis para
ambas as partes, podendo promover um melhor conhecimento mútuo, mais diálogo e
um fortalecimento da relação) e o envolvimento dos pais (este envolvimento carece de um equilíbrio entre a monitorização
parental e a promoção da autonomia do adolescente).
É fundamental que os pais
promovam uma separação positiva do adolescente mesmo se por vezes vivam a
separação do adolescente como uma perda e, como tal, com sentimentos de dor ou
mágoa. A adolescência é um desafio para o adolescente e para os pais, este tem
de aprender a lidar com as suas mudanças físicas, negociar a autonomia na
relação com os pais, gerir conflitos e desenvolver uma crescente intimidade na
relação com os pares.
O modo como pais e filhos vivem
as suas próprias mudanças e reações pode facilitar ou agravar as dificuldades
existentes. Assim, a forma como os pais gerem os conflitos a nível emocional e
comportamental, nomeadamente, com afeto, assertividade face às regras, normas e
valores e, essencialmente, com capacidade para ouvir, explicar e negociar, vai
influenciar toda esta etapa.
Bibliografia:
Matos et al (2003): A Saúde dos Adolescentes Portugueses - Quatro Anos Depois
Bibliografia:
Matos et al (2003): A Saúde dos Adolescentes Portugueses - Quatro Anos Depois
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