"Como é que se faz quando a pessoa
de quem se precisa já lá não está?
Sim, Como se faz? Como se
esquece?
Devagar…
É preciso aguentar. É preciso
paciência.
A tristeza só há de passar
entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem
procura evitar o luto, prolonga-o no tempo.
A saudade é uma dor que pode
passar (ou melhor, tornar-se mais serena) depois de devidamente doída,
devidamente sentida. E o primeiro passo é aceitá-la.
É preciso aceitar esta dor que
nos despedaça o coração. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza,
a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução…
Dizem-nos para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos, mais tarde, de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado…"
Dizem-nos para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos, mais tarde, de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado…"
Nada se esquece. O que é preciso é
deixar correr o coração de lembrança em lembrança até ele se acalmar.
E, um dia, as lembranças deixam
de nos magoar… Confortam-nos.
Adaptação de texto de Miguel Esteves Cardoso
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