Como que por acaso, e naquele lugar, os nossos olhares, que vagos giravam, cruzaram-se… de súbito fui invadida por aquela sensação de ritmo cardíaco a disparar e maças do rosto a corar! Mas nessa hora a viver começamos...
Recordo-me de no nosso primeiro encontro sentir uma ansiedade, um calor no peito que logo se espalhou em calafrios que procurei disfarçar. Um leve suor nas mãos. As palavras tremeram embaraçadas em pensamentos confusos. Joelhos que mal sustentavam o peso do meu corpo. Recordas-te do nosso primeiro beijo?...
E, desde então, quantas vezes nos esquecemos do mundo lá fora...?!
Será? Mas até que ponto a ciência pode, efetivamente, traduzir em experiências químicas o que para muitos é a verdadeira essência do ser humano?
Apesar de tudo, é provável estarmos certos, quando assumimos sentirmos química por alguém. Só que essa química, para os cientistas, traduz-se na seguinte receita (!):
- Feniletilamina - provoca sensações de exaltação, alegria e euforia;
- Dopamina - responsável pela sensação de prazer que sentimos, e pelas manipulações físicas, tais como: pele avermelhada, mãos húmidas, … e
- Ocitocina - um neurotransmissor associado ao AMOR.
Helen Fisher, antropóloga da Universidade de Rutgers, New Jersey, demonstrou, ainda, que a: instabilidade; exaltação; euforia e falta de apetite, sentidos pelos apaixonados, estão associados a altos níveis de dopamina e norepinefrina, estimulantes naturais do cérebro.
Posto isto, concluímos que para os cientistas o AMOR não passa de uma receita fisiológica de vários compostos físicos que se dá no cérebro de cada um de nós.
Mas, em última análise, porque é que acontece somente entre algumas pessoas e não com todas, porque nos sentimos “atraídos” por determinado indivíduo e não por outro?
Dra. Helen Fisher tenta dar uma resposta: "Normalmente, as pessoas apaixonam-se por alguém com quem interagem, mas, sobretudo, por alguém que considerem misterioso. Depois, a maior parte interessa-se por pessoas com o mesmo background sociocultural e com atitudes, expectativas e interesses paralelos." Verdade ou não, cada um sabe de si!
Mas, então se realmente o amor e a paixão não passam de reações químicas do corpo, será que duram para sempre? Ou pelo contrário existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem o arrebatamento da paixão?
Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell, Nova Iorque: "os seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que o "amor" possui um limite para o seu "tempo de vida". Com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos - e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente - a fase de atração não dura para sempre. Posteriormente, o casal, habitua-se a manifestações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tolerância…
Em jeito de conclusão, só vos digo que, como explicação do AMOR, esse cúmulo de loucura e sabedoria, continuo a preferir as palavras de Fernando Pessoa:
“Amo como ama o amor.
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que
TE AMO?”
O que seria de nos sem o amor?
ResponderEliminarAdorei o post!
beijinho mt grande
Sem a nossa rede de afetos não somos nada...
EliminarObrigada e beijinho.
Os cientistas podem chamar-lhe receita fisiológica, eu, enquanto homem apaixonado (há 48 meses!), prefiro chamar-lhe poção mágica!!
ResponderEliminarAquele beijo.
:) Aquele beijo!
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