O Bem-Estar da Criança - PARTE 2

O bem-estar da criança é fundamental para o seu desenvolvimento social e afetivo.


São vários os fatores que influenciam a qualidade de vida das crianças. Nesta publicação, abordo alguns desses fatores organizando-os em dois grandes grupos: características pessoais da criança e características sociais (família, amigos)

O sorriso da linda M é uma verdadeira delícia...e feliz!


CRIANÇA EM SI
As crianças que apresentam um bem-estar subjetivo positivo sentem com maior frequência emoções positivas e poucas emoções negativas, além de que avaliam a sua vida global de forma positiva.

Baixos níveis de bem-estar subjetivo trazem consequências negativas, tais como a rejeição e o isolamento, ansiedade e depressão, e risco de comportamentos desadaptados. O autoconceito da criança é um fator importante para a satisfação com a vida e a perceção de felicidade.
Entende-se por autoconceito global a avaliação da criança face às suas características pessoais e competência comportamental.

FAMÍLIA
A criança desenvolve-se no seio de um contexto familiar e é influenciada pelas características de pessoas significativas do mesmo, sobretudo pelas características dos pais. A natureza do desenvolvimento emocional e social precoce é a base ou alicerce do que será o seu desenvolvimento social ao longo da vida. 

A vinculação é uma relação afetiva que se estabelece entre a criança e o seu cuidador primário. Os bebés nascem com a propensão para desenvolverem comportamentos de vinculação a figuras humanas (chorar, olhar, sorrir, etc.), aos quais os cuidadores respondem, protegendo-os dos perigos ambientais e transmitindo-lhes uma sensação de segurança. Durante este período a criança vai desenvolvendo um modelo interno de vinculação que lhe fornece as representações mentais de si e dos outros. Este mecanismo precoce vai influenciar a qualidade das interações posteriores.

Ainsworth & Bell (1970) referem três tipos de comportamentos das crianças face a uma situação estranha:
  • Criança Segura: utiliza a mãe como base de exploração do meio, quando separada da mãe procura o seu contacto;
  • Criança Ansiosa-Ambivalente (ou resistente): não utiliza a mãe como base da exploração do meio, quando separada da mesma não procura o seu contacto e quando se encontram mostra-se zangada e afasta a mãe;
  • Criança Ansiosa-Evitante: não utiliza a mãe como base da exploração do meio, quando separada desta não procura o seu contacto e quando se encontram evita a mãe ou aproxima-se de forma indireta.
Estas classificações de vinculação ao longo da vida podem ser consideradas como um continuum ao nível da regulação emocional face aos afetos, acontecimentos e relações com os outros. E podem originar reações emocionais desadequadas, tais como impulsividade e agressividade verbal ou física, ou respostas extra-controladas com dificuldade em expressar as emoções.

Uma vinculação segura tem um efeito protetor, mesmo em situações psicossociais adversas, assim como suporte social. As características da família, educação e funcionamento familiar estão correlacionados com o bem-estar socio-emocional da criança, nomeadamente a sensibilidade e resposta às necessidades desta, o investimento, a perceção de competência parental por parte dos pais, em vez da agressividade, hostilidade, comportamentos punitivos e manipulativos.

Três aspetos do comportamento parental têm-se mostrado relacionados com o comportamento da criança: disciplina consistente, supervisão do seu comportamento e compreensão e carinho nas interações pais-criança.
As expetativas dos pais são um fator importante no desenvolvimento das crianças. Se os desejos e expetativas são congruentes com as características dos filhos, haverá um desenvolvimento mais positivo, caso contrário estes poderão vir a ter problemas de desenvolvimento e ajustamento.

AMIGOS
As amizades são cruciais para o desenvolvimento social da criança. A relação com os pares é especialmente significativa na infância e adolescência, uma vez que contribui para o ajustamento psicossocial, nomeadamente com o ajustamento escolar, a saúde psicológica (solidão/isolamento) e problemas de comportamento, pois estabelece-se uma relação clara entre aceitação por parte dos pares e ajustamento psicossocial.

A aceitação e a pertença a um grupo de pares têm um papel importante na forma como a criança se comporta e no seu bem-estar. As relações de amizade servem para aumentar o conhecimento sobre si própria e funcionam como suporte social.
A interação com os pares fornece um importante contexto para aprender competências sociais, competências de resolução de problemas e conhecimento social; as interações sociais duranta a brincadeira contribuem para o desenvolvimento da amizade, da autoestima e aceitação social.

Teste o seu conhecimento sobre o bem-estar global do(a) seu/sua filho(a) AQUI

2 comentários:

  1. Gostava muito de conseguir fazer o teste que propões, mas quando abro, aparece uma mensagem que diz que a minha conta não dá acesso à visualização do conteúdo...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cátia, tenta agora...
      Ou segue o seguinte link:
      http://butterfliesehurricanes.blogspot.pt/2012/06/o-bem-estar-da-crianca-parte-1.html

      Obrigada! Um grande beijinho para ti e para os teus dois amores pequeninos...

      Eliminar

Obrigada pela visita e por partilhar a sua opinião! Beijinho.