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CRIANÇA EM SI
As
crianças que apresentam um bem-estar subjetivo positivo sentem com maior
frequência emoções positivas e poucas emoções negativas, além de que avaliam a
sua vida global de forma positiva.
Baixos
níveis de bem-estar subjetivo trazem consequências negativas, tais como a
rejeição e o isolamento, ansiedade e depressão, e risco de comportamentos
desadaptados. O autoconceito da criança é um fator importante para a satisfação
com a vida e a perceção de felicidade.
Entende-se
por autoconceito global a avaliação da criança face às suas características pessoais
e competência comportamental.
FAMÍLIA
A
criança desenvolve-se no seio de um contexto familiar e é influenciada pelas
características de pessoas significativas do mesmo, sobretudo pelas
características dos pais. A natureza do desenvolvimento emocional e social
precoce é a base ou alicerce do que será o seu desenvolvimento social ao longo
da vida.
A vinculação é uma relação afetiva que se estabelece entre a criança e
o seu cuidador primário. Os bebés nascem com a propensão para desenvolverem
comportamentos de vinculação a figuras humanas (chorar, olhar, sorrir, etc.),
aos quais os cuidadores respondem, protegendo-os dos perigos ambientais e
transmitindo-lhes uma sensação de segurança. Durante este período a criança vai
desenvolvendo um modelo interno de vinculação que lhe fornece as representações
mentais de si e dos outros. Este mecanismo precoce vai influenciar a qualidade
das interações posteriores.
Ainsworth
& Bell (1970) referem três tipos de comportamentos das crianças face a uma
situação estranha:
- Criança Segura: utiliza a mãe como base de exploração do
meio, quando separada da mãe procura o seu contacto;
- Criança Ansiosa-Ambivalente (ou
resistente): não utiliza a
mãe como base da exploração do meio, quando separada da mesma não procura o seu
contacto e quando se encontram mostra-se zangada e afasta a mãe;
- Criança Ansiosa-Evitante: não utiliza a mãe como base da exploração do
meio, quando separada desta não procura o seu contacto e quando se encontram
evita a mãe ou aproxima-se de forma indireta.
Estas
classificações de vinculação ao longo da vida podem ser consideradas como um
continuum ao nível da regulação emocional face aos afetos, acontecimentos e
relações com os outros. E podem originar reações emocionais desadequadas, tais
como impulsividade e agressividade verbal ou física, ou respostas
extra-controladas com dificuldade em expressar as emoções.
Uma
vinculação segura tem um efeito protetor, mesmo em situações psicossociais
adversas, assim como suporte social. As características da família, educação e
funcionamento familiar estão correlacionados com o bem-estar socio-emocional da
criança, nomeadamente a sensibilidade e resposta às necessidades desta, o
investimento, a perceção de competência parental por parte dos pais, em vez da
agressividade, hostilidade, comportamentos punitivos e manipulativos.
Três aspetos do comportamento parental
têm-se mostrado relacionados com o comportamento da criança: disciplina consistente,
supervisão do seu comportamento e compreensão e carinho nas interações
pais-criança.
As
expetativas dos pais são um fator importante no desenvolvimento das crianças. Se
os desejos e expetativas são congruentes com as características dos filhos,
haverá um desenvolvimento mais positivo, caso contrário estes poderão vir a ter
problemas de desenvolvimento e ajustamento.
AMIGOS
As
amizades são cruciais para o desenvolvimento social da criança. A relação com
os pares é especialmente significativa na infância e adolescência, uma vez que
contribui para o ajustamento psicossocial, nomeadamente com o ajustamento
escolar, a saúde psicológica (solidão/isolamento) e problemas de comportamento,
pois estabelece-se uma relação clara entre aceitação por parte dos pares e ajustamento
psicossocial.
A
aceitação e a pertença a um grupo de pares têm um papel importante na forma
como a criança se comporta e no seu bem-estar. As relações de amizade servem
para aumentar o conhecimento sobre si própria e funcionam como suporte social.
A
interação com os pares fornece um importante contexto para aprender
competências sociais, competências de resolução de problemas e conhecimento social;
as interações sociais duranta a brincadeira contribuem para o desenvolvimento
da amizade, da autoestima e aceitação social.
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