Porque ninguém consegue estar sempre controlado (e se calhar não deve)...

Creio que já referi que adoro histórias, e até mais do que uma vez...
Esta é a história de uma jovem que tinha mau humor...

O seu pai deu-lhe um saco de pregos e disse-lhe que, de cada vez que perdesse a paciência, tinha de pregar um prego por detrás da porta do seu quarto. No primeiro dia, a jovem pregou 37 pregos. Nas semanas seguintes, à medida que ia controlando o seu mau génio, foi pregando cada vez menos pregos. A jovem percebeu que era mais fácil controlar o seu mau génio do que pregar pregos atrás da porta.

Chegou o dia em que conseguiu controlar o seu caráter durante um dia inteiro, informou o pai e este sugeriu-lhe que retirasse um prego em cada dia que conseguisse controlar o seu mau génio. Os dias foram passando e a jovem pôde anunciar ao pai que já não tinha mais nenhum prego na porta.

O pai pegou-a pela mão, levou-a até à porta e disse-lhe:
“Trabalhaste duro minha filha, agora repara em todos os buracos que se encontram na porta. Nunca mais será a mesma. De cada vez que perdes a paciência, deixas cicatrizes, exatamente como as que aqui vês. Podes gritar, insultar alguém e retirar o que disseste mas a forma como o dizes pode fazer mais maleitas do que as que pensas, deixa cicatrizes que ficam para sempre”.

Ninguém consegue estar sempre controlado – e se calhar não deve. As emoções negativas e a irritação têm o seu lado saudável. A forma como lidamos com elas – sem desrespeito nem violência, sem fazer coisas de que nos arrependamos a seguir, ... – é que deve ser cultivada.

Era uma vez, os heróis dos contos infantis...

Con il mio amico Pinocchio
@ Milão

Ler contos infantis durante a infância auxilia o desenvolvimento das crianças a todos os níveis. Esse ato, aparentemente tão simples, pode estimular o desenvolvimento psicológico, cultural e emocional. E, ao permitir que a criança desenvolva a imaginação, vai estimulando, igualmente, a criatividade.
Os contos infantis propiciam à criança uma forma lúdica de aprender. Contribuindo para a sua formação, onde valores e costumes são transmitidos.
O "Era uma vez" dos clássicos contos infantis possibilita a identificação das crianças com as personagens, onde medos, angústias e conflitos podem ser trabalhados.

Qual o "papel" dos HERÓIS dos contos infantis?

Normalmente, os seus nomes são bastante sugestivos e as crianças, se quiserem, podem emprestar-lhes os seus próprios nomes. Alguns são medrosos, covardes e, a maioria deles, fica impotente diante da força, do autoritarismo e da opressão. Outros são vaidosos, preguiçosos, solitários. Outros, ainda, são valentes, destemidos, trabalhadores e amados por todos.

Ou seja, estes heróis possuem qualidades e defeitos como toda e qualquer criança.Vivenciam problemas semelhantes, lutam pelas mesmas coisas, enfrentam medos idênticos, passam pelas mesmas angústias e possuem as mesmas esperanças. Como tal, permitem que as crianças se projetem nelas e as escolham como guias. 

A humanidade desses heróis ensina-as que é preciso lutar, esforçar-se e fazer escolhas para conseguirem aquilo que desejam. Também ensinam que, em toda essa luta, é preciso trilhar o bom caminho, ter ética, ser respeitador, não sobrevalorizar ou menosprezar  as características dos semelhantes, mas compreendê-los e aceitá-los como são. E desta forma, ensinam a todas as crianças os valores morais mais importantes, como a bondade, a honestidade e o respeito pelos outros.

Ensinam também que, para que as grandes conquistas ocorram é preciso ter um objetivo e ser perseverante em relação ao mesmo, pois nem tudo pode acontecer do jeito, no tempo e da forma como a criança quer. Ensinam que muitas vezes é preciso ceder em alguns aspetos, retroceder noutros, procurar novos caminhos e, para isso, não podem perder a autoconfiança e a coragem. E, se nada der certo em dado momento, devem recomeçar tudo novamente, sem esmorecer...
E eu continuo a ser uma apaixonada por contos infantis!

Fonte:
BETTELHEIM, Bruno. "A Psicanálise dos Contos de Fadas". R.Janeiro, Ed Paz e Terra, 1980.

Sugestão:
http://butterfliesehurricanes.blogspot.pt/2012/01/nao-sofro-de-sindrome-de-peter-pan-mas.html

Homossexualidade e os factores biológicos

As condições do útero materno e o sistema imunitário da mãe podem determinar a orientação sexual do homem, de acordo com um estudo divulgado na publicação científica "Proceedings of the National Academy of Sciences". "Os resultados indicam uma origem pré-natal para a orientação sexual do homem", afirma o responsável pela equipa, Anthony Bogaert da Brock University de Ontário. Para este, o efeito é presumivelmente causado por uma "memória maternal", que se encontra no útero. O corpo da mãe pode perceber um feto masculino como um corpo "estranho", produzindo uma reação que se torna progressivamente mais forte a cada filho rapaz. Os anticorpos produzidos pela reação podem atravessar a placenta, afetando o desenvolvimento do cérebro masculino. Pesquisas anteriores mostraram que quantos mais irmãos mais velhos um homem tem, maiores são as probabilidades deste ser homossexual, mas as razões ainda são desconhecidas. Este estudo sugere que a orientação pode estar mais ligada a fatores biológicos do que sociais. Os pesquisadores estudaram 944 homens homossexuais e heterossexuais. A relação entre irmãos mais velhos e a homossexualidade foi averiguada apenas quando os irmãos mais velhos eram de facto consanguíneos.

a PRIMAVERA e a LIBERDADE


Impressiono-me sempre que observo a Primavera chegar com o esplendor da renovação, como que dizendo “um novo trimestre surgiu!”, “o novo momento se ergueu”.
Estes são os meses da mudança e do progresso no mundo da natureza: porque seria diferente no mundo humano? 

No mês de Março, o Sol dota as coisas de um novo ímpeto: as plantas começam a brotar, o deserto transforma-se em planície, as árvores florescem e todas as coisas vivas parecem responder… A realidade humana muda e mescla-se o pensamento racional e o emocional.

Abril parece ser detentor de uma carga única. Começa com a Vasantotsava, o Festival da Primavera dos Vedas Hindus, praticado, em tempos imemoriais, na Índia. As Escrituras Hebraicas falam na Pessach, cujas preces falam de liberdade. Não é, então, por mero acaso que Frankl, apologista da liberdade, era Judeu. Este psiquiatra, preso de Auschwitz, afirma que o ser humano assume uma liberdade finita, pois não se é “livre de condicionamentos, apenas livre na atitude como os assume”: é detentor de liberdade de escolha, “de tomar posições perante si mesmo, de enfrentar-se a si mesmo e, com este fim, distanciar-se, em primeiro lugar, de si mesmo”.

É desse distanciamento que se consegue observar e entender-se melhor a si próprio. É talvez por isso que os Bahá’ís celebram entre 21 de Abril e 2 de Maio o que chamam de “O Rei dos Festivais”: o Ridván, um período de celebração, de júbilo espiritual e também de consultas administrativas onde todos podem (e devem até!) participar num espírito de iniciativa e de aprendizagem, com o intuito de contínuo progresso.

É essa a aprendizagem que retiramos também do Concílio de Niceia, no qual se estabeleceu o primeiro domingo a seguir à primeira lua cheia (eclesiástica), após o 21 de Março, como a Páscoa, o dia em que o cristo renasce, dando novo alento aos seres humanos. Jesus, crucificado, parece ressurgir ensinando que nada jamais se perde, que a vida é vivida em ciclos contínuos de persistência nas causas que se defendem, e jamais se deve parar perante os obstáculos!

A vida, já defendia Erickson, é composta de ciclos e períodos que assumem o seu sentido em todos os momentos. Mas é desde o antigo Zoroastrianismo que aprendemos a parar e refletir perante alguns desses momentos e ciclos, que terminam à medida que outros se iniciam; a 21 de Março, o Ano Novo, é o momento de festa e alegria, no qual se celebra a essência do Bem (Asura Mazda).

É aqui que grandes autores (Rogers, Maslow, Seligman e Peseschkian) teriam o derradeiro argumento, defendendo a essência positiva dos seres humanos, abonando a bondade que lhes é inerente e a capacidade de se ser melhor, levando avante uma civilização cada vez mais avançada.
Mas, Freud também teria razão se, apesar disso, dissesse que somos dotados de imperfeições; e, talvez, Bandura secundaria, dizendo que observamos tantas maldades que já as incorporamos. O que nos leva a Rumi, poeta islâmico, e à sua explicação:
“Aquilo que nos parece bem ou mau não tem qualquer existência absoluta, é somente como a espuma à superfície de um vasto oceano. Não se poderia ser virtuoso se não houvesse a tentação de se ter o vício”.

Não sei bem como seria a vida sem sofrimento, desgraça ou tragédia… O que sei é que quanto mais lavrado o solo, melhor será a colheita!


A audácia tem génio

Depois de estar à conversa com uma amiga que está “híper” entusiasmada com o próximo concerto de Madona em Portugal, dei comigo a pensar no percurso da cantora… No seu “ingrediente secreto” para o sucesso.
Eu teria começado a falar quando o álbum “Like a Virgem” foi lançado… Estavamos na década de 80, Madona transpirava irreverência e criatividade… com uma atitude rebelde que atraía… Seguiram-se  outros grandes sucessos, e algumas polémicas também, como o lançamento do livro Sex, já na década de 90. Mas a atitude implacável permanecia. Audaz, a quebrar barreiras… Traçando o seu caminho, sem aceitar que lhe dissessem “é por ali”…
Se me perguntarem: “És fã da Madona?”, “Já assististe a algum concerto dela?”, … A resposta é:" NÃO".
Mas admiro o seu percurso. A extraordinária capacidade que tem de inovar, quando o caminho mais fácil seria copiar ou continuar a fazer o mesmo (não é o que todos fazem? Ou quase todos!). Aprecio a forma como ignora os críticos (e se ela foi criticada!), mantendo-se firme. Enquanto isso, somou sucessos junto do público (que é afinal, quem interessa atingir), deixando os críticos entretidos em esgrimir argumentos para a fragilizarem.
Há quem diga que as árvores são mais resistentes nos locais onde o vento e as tempestades sopram mais forte. Madona tem mostrado que é assim…!
A audácia tem génio, força e magia em si.
-- Goethe
Alguns dos “Ingredientes secretos”: audácia, determinação, irreverência, criatividade, inovação, firmeza/persistência, disciplina, muito trabalho…
… acrescento ainda: estar rodeada (ou saber fazer-se rodear) pelas pessoas certas!...

E aqui está ela, aos 54 ANOS, com mais uma super produção...

Criatividade… [2]


Terá a criatividade  uma base biológica?

Os cérebros das pessoas criativas parecem estar mais recetivos aos estímulos provenientes do meio ambiente circundante, enquanto os cérebros das outras pessoas parecem fechar-se a essa mesma informação. Estas últimas têm a capacidade de ignorar os estímulos considerados irrelevantes (processo a que nós psicólogos designamos de “inibição latente”). Assim, Jordan Peterson (University of Toronto), Shelley Carson (Harvard University) e Daniel Higgins (Harvard University) consideram ter identificado uma das bases biológicas da criatividade.

As pessoas criativas possuem níveis mais baixos de inibição latente, o que implica um trabalho contínuo de recolha da informação adicional, proveniente do exterior, com que são constantemente bombardeados. Em oposição, as pessoas pouco criativas classificam um objeto e posteriormente esquecem-no, mesmo que este seja mais complexo e interessante que aquilo que elas pensam.

Uma das questões que ocupam há mais tempo os cientistas é a relação entre loucura e criatividade. Ao que parece, os baixos níveis de inibição latente e a flexibilidade de pensamento excecional podem predispor para a doença em determinadas condições e para a criatividade noutras. Por exemplo:  nas etapas iniciais de doenças como a esquizofrenia, muitas vezes acompanhadas por sentimentos de profundo insight, conhecimento místico e experiências religiosas, ocorrem alterações químicas que fazem desaparecer a inibição latente.

Criatividade... [1]

As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, criam-nas.
Bernard Shaw (filósofo)

criatividade pode ter várias definições dependendo do ponto de vista com que é questionada. Sob o ponto de vista humano, a criatividade é uma qualidade adquirida e iniciada na infância. É Durante essa fase que o potencial criativo é ou não ativado. Esse, que é a capacidade de produzir e transformar o ambiente segundo as necessidades, desenvolve-se graças aos estímulos e elogios que a criança recebe dos outros.

É uma qualidade adquirida por pessoas curiosas que procuram inspiração em informações e têm a sensibilidade de percebê-las de forma diferente. Características das pessoas criativas? Em regra, são muito curiosas, são persistentes, são bem humoradas, são independentes nos seus atos e responsáveis pelos mesmos, possuem rápida desenvoltura em atividades, fácil perceção, habilidade na aprendizagem e são, também, visionárias.

... mas a criatividade  é uma qualidade que pode também desenvolver-se após a infância...
Para isso deve-se adquirir hábitos como dormir no mínimo oito horas, anotar ideias que surgem no decorrer do dia para executá-las, caminhar ao ar livre, evitar locais que enfraquecem o cérebro com barulhos e excessos, traçar objetivos, utilizar o tempo ocioso a favor da criatividade, fazer sempre anotações, ser curioso em todos os aspetos.
Como dizia Thomas Edison “as minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração”.


...de férias!

Existem algumas associações bem interessantes com a palavra férias. Antigamente às férias associávamos o descanso, a calma, a sesta, a conversa, a narração de histórias, a reflexão, os passeios, o tempo livre ou os passatempos.
Nos dias de hoje os conceitos associados às férias são bem diferentes: descanso ativo, ocupação dos tempos livres e outros semelhantes, que remetem para a necessidade imperiosa de ocupar ativamente o tempo de forma continuada e permanente.
Na sociedade atual esta obsessão pela ocupação de todos os minutos e segundos do dia é colmatada por um conjunto de produtos e serviços, que tratam o tempo como apenas mais uma mercadoria, e que nos transforma incessantemente em consumidores compulsivos, mesmo quando estamos de férias: ocupamos os nossos dias com tantas atividades quantas as possíveis… Não é por acaso que ouvimos sistematicamente os regressados de férias dizerem que necessitavam de férias das férias, pois encontram-se mais cansados no final das férias do que no seu início…
Quanto a mim, vou fazer com que as minhas férias sejam apenas férias, e não uma forma frenética de ocupar o tempo e uma fuga de encontro comigo mesma e com os outros…
E sobretudo, tentar afastar de mim tudo o que me possa travar o sorriso!

Uma criança pode ensinar...

Uma criança pode ensinar três coisas a um adulto:
a ficar contente sem motivo,
a estar sempre ocupado com alguma coisa,
e a saber exigir - com toda a força - aquilo que deseja!...
-- Paulo Coelho
Foto: um dos meus 3 amores!
..."aquela" que não me deixa esquecer estas três lições :)

DISTÚRBIO BIPOLAR [1]

Forças contraditórias lutam dentro de ti,
umas impelem-te para a ação, outras para
o pensamento e a excessiva reflexão que te
faz cair num precipício chamado depressão.


Trata-se da doença da montanha-russa, cheia de altos e baixos. Lidar com um doente bipolar não é tarefa fácil, mas não é uma missão impossível. O importante é equilibrar os dois pólos numa balança com  conta, peso e medida.
O distúrbio bipolar, que afeta cerca de 150 mil portugueses (é verdade!) - a ONU indica que entre 1,3% e 1,6 % da população mundial sofre desta doença - , é caracterizada por dois pólos, um positivo e outro negativo, em que o indivíduo passa por altos e baixos, atravessando alternadamente períodos de euforia e períodos de profunda tristeza.

Nos períodos eufóricos, ou de mania, o indivíduo tem pensamentos como "Eu sou o melhor", e ideias megalómanas sobre a realidade. Nestas alturas, pode aventurar-se em novas ideias e em novos negócios, queimando rapidamente etapas para alcançar os seus objetivos. Este é um período de descontrolo total: a nível financeiro é possível que gaste muito mais do que aquele que tem disponível, sem se preocupar com isso. O descontrolo é de tal modo grande, que o indivíduo pode envolver-se no consumo de drogas e o recurso ao álcool é uma constante. Parece que não existe a necessidade de pôr travão aos gastos e ao consumo excessivo.

No outro pólo, da depressão, o sujeito é impelido para uma passividade marcada por períodos de intensa melancolia e tristeza profunda, em que surgem ideias de suicídio. Sentimentos como "Eu não valho nada" surgem constantemente no seu pensamento. E é permanente  um intenso sentimento de culpa pelas suas atividades durante o período de mania.

A DOENÇA DE ALGUNS DOS GRANDES GÉNIOS

Os efeitos desta doença são devastadores, cerca de 50% dos doentes bipolares não conseguem manter relacionamentos próximos. No entanto, alguns dos génios da Humanidade foram diagnosticados como bipolares. O doente bipolar possui geralmente uma inteligência acima da média e é muitas vezes genial na sua área de eleição. Por exemplo, atualmente pensa-se que Vincent Van Gogh, que cortou a própria orelha pois ouvia vozes, exteriorizou a sua patologia na arte. Contudo, o seu distúrbio estaria na ordem da psicose, em que as alucinações e os delírios eram um comportamento cristalizado.
Da nossa história pode-se categorizar Fernando Pessoa como bipolar, oscilando entre episódios maníacos e episódios depressivos, com os seus heterónimos Álvaro de Campos - caracterizado pela euforia, pela agitação frenética da cidade -, e Alberto Caeiro - poeta bucólico, do contacto com a natureza que remete para a melancolia. Outros poetas portugueses também sofreram de doença bipolar, como Mário de Sá Carneiro (que se suicidou em Paris no ano de 1917) ou Florbela Espanca, também com uma particular incidência para o pólo negativo, caracterizado pelo sofrimento ligado a uma depressão com instinto suicidário.

"Eu ...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada...a dolorida... 

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
--Florbela Espanca
Florbela, de Vicente Alves do Ó - Trailer do filme sobre Florbela Espanca
 (COM ESTREIA MARCADA PARA 8 MARÇO DE 2012)