Os rabiscos ganham
complexidade conforme a criança cresce e, ao mesmo tempo, impulsiona o seu
desenvolvimento cognitivo e expressivo.
Diogo - 2 anos
No início, o que se vê é um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos que, muitas vezes, se sobrepõem em várias “camadas”. Poucos anos depois, já se verifica uma cena complexa, com edifícios e figuras humanas detalhadas.
O desenho acompanha o
desenvolvimento das crianças como uma espécie de radiografia. Nele, vê-se como
se relacionam com a realidade e com os elementos da sua cultura e como traduzem
essa perceção graficamente.
Toda a criança desenha. É algo
que ela aprende por imitação – ao ver os pais a escrever ou os irmãos a
desenhar, por exemplo. O prazer de produzir um traço sobre o papel faz a
criança agir.
No período da produção de
rabiscos/gatafunhas, ocorre uma importante exploração de suportes e
instrumentos. A criança experimenta, por exemplo, desenhar nas paredes ou no
chão e interessa-se pelo efeito dos diferentes materiais e formas de
manipulá-los, como pressionar os marcadores com força e fazer pontinhos. Essa
atitude de experimentação tem um valor indiscutível. Para a criança “ver é
crer”, e o desenho desenvolve-se com base nas observações que ela realiza
sobre a sua própria ação gráfica.
De início, desenha pelo
prazer de riscar sobre o papel e pesquisa formas de ocupar a folha. Com o
tempo, a criança procura registar os elementos do mundo que a rodeia.
Uma das principais funções do
desenho no desenvolvimento infantil é a possibilidade que oferece de
representação da realidade. Trazer os objetos vistos na sua realidade/mundo
para o papel é uma forma de lidar com os elementos do dia-a-dia.
Quando uma criança veste uma
roupa da mãe, entende-se que ela esteja a procurar entender/experimentar o
papel da mulher. No desenho ocorre a mesma coisa. A diferença é que ela não usa
o corpo, mas a visão e a motricidade.
Agradeço a todos os pequenos (grandes) artistas que me emprestaram os seus lindos desenhos para a presente publicação.
Margarida - 4 anos
Desenhar é uma forma da criança
lidar com a realidade que a cerca, representando situações que lhe interessam.
Mais cedo ou mais tarde, todas elas se interessam em registar no papel algo que
seja reconhecido pelos outros. No começo, é comum observar o que se
convencionou chamar de boneco girino. Uma primeira figura humana constituída
por um círculo de onde sai um traço representando o tronco, dois riscos para os
braços e outros dois para as pernas.
Matilde - 2 anos e meio (a Matilde e o Papá)
Depois, essa figura incorpora
cada vez mais detalhes, conforme a criança refine o seu esquema corporal e
ganhe reportório imaginário ao ver desenhos da sua cultura e dos próprios
colegas.
Maria - 6 anos (a Modelo sou eu!)
Uma das primeiras pesquisas das
crianças, assim que entram na figuração, é a relação topológica entre os
objetos, como a proximidade e a distância entre eles, a continuidade e a
descontinuidade e assim por diante. Em seguida, interessam-se em registar tudo
o que sabem sobre o modelo ao qual se referem no desenho, e é possível
verificar o uso de recursos como a transparência (o bebé visível dentro da
barriga da mãe, por exemplo) e o rebatimento (a figura vista, ao mesmo tempo,
por mais de um ponto de vista). Assim, a criança vai aproximando-se das noções
iniciais de perspetiva e escala, estruturando o desenho numa cena, sem misturar
na mesma produção elementos de diferentes contextos.
Mariana - 5 anos
O desenho é espontâneo ou é fruto da cultura?
"A única coisa que sabemos ser universal no desenho infantil são os rabiscos. Tudo o resto depende do contexto cultural", diz Rosa Iavelberg.
Detalhes da figura humana, noções de perspetiva e realismo visual são elementos da evolução do desenho.
O desenho é uma forma de linguagem que tem os seus próprios códigos. Para se aproximar do que ele expressa, é preciso fazer uma escuta atenta enquanto ele é produzido.
"A única coisa que sabemos ser universal no desenho infantil são os rabiscos. Tudo o resto depende do contexto cultural", diz Rosa Iavelberg.
Detalhes da figura humana, noções de perspetiva e realismo visual são elementos da evolução do desenho.
O desenho é uma forma de linguagem que tem os seus próprios códigos. Para se aproximar do que ele expressa, é preciso fazer uma escuta atenta enquanto ele é produzido.
A relação entre a aquisição da escrita e a
diminuição do desenho ocorre porque a escola dá pouco espaço a este quando a
criança se alfabetiza…
Agradeço a todos os pequenos (grandes) artistas que me emprestaram os seus lindos desenhos para a presente publicação.
Olá mariana, Vi que um dos desenhos diz C.Portugal. Dá aulas lá?
ResponderEliminarBeijinhos*
Sushishoesfashion.blogspot.pt
Olá!
EliminarNão, uma colega...A qual fez o favor de me emprestar o desenho para esta publicação.
Beijinho.