Dark Shines

"Quando encaramos o modo de vida dos outros através do nosso próprio sistema de valores, podemos ficar chocados; mas se soubermos o que levou determinada pessoa ao ponto onde agora se encontra, então talvez consigamos ser um pouco mais compreensivos..."
 (Butterflies & Hurricanes)

Há algum tempo perdi alguém muito especial. é difícil dizer-vos o quão especial era...
Admirado por muitos; não sei de ninguém que, depois de o conhecer, não se rendesse à sua genuinidade, bondade e humildade…
Era trabalhador, honesto, altruísta, teimoso (como eras teimoso!), lutador, verdadeiro, generoso (pensou sempre mais nos outros do que em si mesmo),…
Fará sempre parte daquele grupo de pessoas maravilhosas que designo de: “Cometas brilhantes: passam pelas nossas vidas e enchem o nosso coração de luz (sentimentos nobres)…”
Mas perdemo-lo para uma dependência…Como me dói dizê-lo, mas era fraco. Revolta-me tanto que não tenha conseguido fazer por si, o TANTO que conseguiu fazer pelos outros. Como é que alguém tão forte, que conseguiu contrariar as duras partidas que a vida lhe foi pregando, sem nunca baixar os braços, se deixa levar dessa forma?...Não tenho o direito de a partilhar, mas sei que a sua história agridoce dá parte da resposta a essa questão...

Pensem na diferença de julgamento: se ao invés destas palavras, vos disse-se apenas: morreu porque era um "viciado/dependente". Haveria diferenças no julgamento, não é verdade? Mas nunca se esqueçam que a droga costuma ser apenas a superfície visível do fenómeno, é a topografia da resposta a um estilo de vida autodestrutivo (mas porquê?).

Lamento muito sempre que se perde alguém PARA as drogas. Fácil é julgar, difícil é deixá-las. Fugir delas? Mas quais as razões para as procurar? As razões são várias, e não são elas que fazem do indivíduo melhor ou pior, trata-se de um indivíduo com uma fraqueza que, aliada às mais diversas contingências da vida, o empurra para um mundo muitas vezes sem volta…Dark Shines.

(Com esta publicação, não quero que pensem que defendo as drogas, muito pelo contrário...)


4 comentários:

  1. É sempre penoso ver partir alguém que amamos, mas quando essa partida se deve a algo que se encontra fora daquilo que consideramos "natural" ou "comum", então ainda custa mais... pensar que, se não fosse pela dependência, essa pessoa poderia ainda estar entre nós, não é?

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    1. É mesmo. Cátia...
      E custa-me ainda mais que se possam fazer julgamentos de valor precipitados em relação à pessoa (dada a sua dependência)...Como se toda a sua existência se resumisse à dependência.

      Beijinho enorme, minha querida "leitora"! :)

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    2. É sempre com muita curiosidade que aguardo os teus sempre cativantes posts. Beijoca

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    3. E a minha responsabilidade aumenta!!!! Beijoca

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