"Os superficiais. O que a Internet está a fazer aos nossos cérebros" -- (Nicholas Carr)



Trechos de afirmações proferidas por Nicholas Carr em entrevista à Revista Visão (N.º984)/ Emília Caetano
 “À medida que nos habituamos a ter toda a informação disponível na Internet, o nosso cérebro torna-se mais preguiçoso a criar memórias internas.”
“(…) a Net está provavelmente a reduzir a nossa capacidade de armazenar memória a longo prazo. Só temos de nos lembrar de “googlar” e, para muitos fins, não há mal nenhum nisso. Só existe um risco: a profundidade do nosso conhecimento e a riqueza da nossa vida intelectual depende da capacidade de formar essas memórias a longo prazo. São elas que ligam a nova informação a tudo o que aprendemos, às nossas experiências e emoções.”
 “(…) a Internet  leva-nos a raciocinar de forma superficial. Encoraja-nos a tirar muita informação e muito depressa, mas não nos dá hipótese de pensar sobre ela. Por isso, receio que estejamos a deixar de ser capazes de formular sequer raciocínios que requerem concentração e reflexão. E creio que essas capacidades que a Rede nos está a roubar são os modos de pensar mais humanos e valiosos.”
“(…) o livro deu-nos uma mente mais atenta. Quando se lê um livro, não se passa mais nada à nossa volta. O livro treina-nos a focar num assunto, num artigo ou numa história por um longo período. É uma maneira de pensar contranatura, porque somos naturalmente dados a distrações, interrupções, mudanças de assunto. De certa forma a Internet está a fazer-nos regredir a uma forma de pensar mais primitiva. Inverte a espécie de revolução cognitiva que a imprensa representou para a sociedade.”
“(…) Ganha-se rapidez e a possibilidade de juntar muitos pedaços de informação mas perde-se a capacidade de prestar atenção a uma única coisa e de nos concentrarmos nela muito tempo.”
Nicholas Carr, lançou recentemente o livro (cujo título já foi adiantado no próprio título desta publicação): “The Shallows – What the Internet is doing to our brains” (Os superficiais. O que a Internet está a fazer aos nossos cérebros)
FUNDAMENTAÇÃO DO TÍTULO
“Parti da minha própria experiência. Apercebi-me de que algo estava a mudar, mesmo quando tinha o computador desligado. Por volta de 2007 escrevia sobre tecnologia, usava muito computador e dei-me conta de que estava a perder capacidade de concentração. Ao fim de algumas páginas, começava a achar difícil ler um artigo ou um livro. Sentia que a minha mente não queria prestar atenção, mas sim comportar-se como se eu estivesse ao computador – saltar de um link para outro, ir ao Google, consultar o e-mail ou o twiter. Isso encorajou-me a investigar a forma como o nosso cérebro estava a adaptar-se à tecnologia.”

Opinião de Butterflies & Hurricanes
A Internet está a alterar o nosso cérebro, e o estranho seria se não houvesse qualquer alteração! Modificar o cérebro não é um privilégio da Internet – acontece com qualquer processo de aprendizagem. Por exemplo, quando aprendemos a conduzir, uma área específica do cérebro é ativada. O mesmo acontece quando aprendemos a resolver um “quebra-cabeças”, a fazer um café ou a usar o Google. Por definição, maior atividade cerebral não é problema, pelo contrário. O próprio Carr reconhece que o uso da Internet estimula a Inteligência visual e espacial. Mas alega que isso se dá em detrimento da capacidade de análise, reflexão e pensamento crítico. Este sim é um grave problema, principalmente, para as gerações que cresceram com a tecnologia

Sugestões:



NIHOLAS CARR: “The Shallows – What the Internet is doing to our brains” (Os superficiais. O que a Internet está a fazer aos nossos cérebros)

(como estou a ler vários livros ao mesmo tempo, em relação a este só posso dizer: estou lendo!)








REVISTA VISÃO N.º 984 (PÁGINAS:18-19) Entrevista a Nicholas Carr por Emília Caetano








E PORQUE A BRINCAR SE DIZEM COISAS MUITO SÉRIAS... :)

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