Precisam-se de "Pais e Professores com clareza, graça, elegância e estilo!"...

Parafraseando Orlando Lourenço (1996), sou da opinião que devemos educar as crianças para a: Clareza, Graça, Elegância e Estilo… para poderem ir longe em termos de desenvolvimento: Intelectual, Sociomoral, Emocional e Estético.

“Quando um pai exige obediência ao filho sem lhe explicar qua
l o sentido dessa obediência, está a violar o princípio da clareza.
O mesmo acontece quando as pessoas falam ou escrevem para os outros sem elas próprias saberem muito bem o que lhes querem dizer. Aliás, quando não sabemos bem do que falamos, ou temos pouca, se alguma coisa, para dizer, temos tendência a ser confusos. Pouco claros, portanto.
Quando a mãe é superexigente e não é capaz de desculpar uma falha do/a filho/a, está a violar o princípio da graça. Ao invés, quando é capaz de brincar a propósito de um comportamento menos feliz (dela própria ou do/a filho/a), a sua relação tende a ter graça.
Como tende a ter graça a escrita das pessoas que, por exemplo, tendem a utilizar metáforas e analogias para falar das coisas. É que a brincar dizem-se coisas muito sérias! E a graça está em dizer coisas muito sérias de um modo muito divertido!...
Quando os pais maltratam os filhos estão a transgredir o princípio da elegância. De facto, somos muito pouco elegantes quando ofendemos os outros, que sempre merecem respeito e consideração (...)
Quando os pais se oferecem aos filhos como pessoas muito preocupadas com a submissão e obediência aos seus superiores hierárquicos, estão a violar o princípio do estilo. Ter estilo é ser capaz de dizer não ao conformismo; de dizer que não vamos para não queremos ir; e de assumir que somos assim porque é assim que queremos continuar a ser.
É muito difícil termos estilo se passarmos a vida a receber ordens, ainda que disfarçadas de pedidos. Quem recebe muitas ordens tende a ter de si uma baixa auto-estima e, por conseguinte, a ter pouco estilo (pessoal). Confunde-se em demasia com os outros!...É por esta razão que a interação é, enquanto prática educativa, muito melhor do que o discurso.
Se utilizar sobretudo a interação como prática educativa, é provável que os seus filhos venham a ter mais clareza quando escreverem, falarem ou interagirem com os demais…Sejam capazes de dizer coisas sérias com humor, ironia e graça. É provável, ainda, que venham a ser elegantes. Quer dizer, bastante capazes de estabelecer relações de igualdade e de pós-socialidade com todos aqueles com quem se relacionarem, por mais que discordem deles ou tenham de os criticar. E é possível, finalmente, que sejam capazes de imprimir a sua marca e estilo a muitas das coisas que decidirem fazer.”
ORLANDO, L. (1996). Educar Hoje Crianças para o Amanhã. Porto: Porto Editora.

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